domingo, 27 de novembro de 2011

Poesia para Levar

Hoje os carros dançam. As casas movem-se levemente. E eu - que mudei de casa e de roupa, de cidade e de cama, de palavras...Eu, que mudei de música e de carro, de saudade, de quarto...Eu - que mudei de computador e de rua, de eternidade e de paisagem, de abraço e de clima...Eu - que mudei de língua e de lágrimas, de Deus e de caderno, de crenças e de céu...Eu - que mudei de lume, que mudei de medos...Eu - que mudei de planos, de lençóis, de secretária... Eu - que mudei de óculos e de rumo, de amigos e de champô, de rituais e de supermercado... Eu - que mudei de tudo que em quase nada mudou, mudei de dentro de mim para dentro de ti, meu amor.


Filipa Leal
in Talvez os Lírios Compreendam, 2004

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

"Gala Mozart"

Com a Orquestra de Câmara de Cascais e Oeiras, assisti ao memorável concerto " Gala Mozart", com a participação do excelente pianista António Rosado, na primeira parte do concerto. É um privilégio assistir ao vivo a um concerto com a divina música de Mozart. Saliento que este privilégio, está ao alcance de qualquer bolsa, pois a entrada é grátis.
Quando se fala que a cultura não está ao alcance de todas as bolsas, e que ainda por cima, estamos em tempos de crise, que dizer da entrada absolutamente gratuita, para um espectáculo de grande qualidade num auditório recente e moderno! Basta ser amante de boa música e estar informado do respectivo programa cultural da referida orquestra.


quarta-feira, 16 de novembro de 2011

A Sabedoria dos Lobos


Respeita os mais velhos,
Ensina os mais novos,
Coopera com a alcateia...

Brinca quando podes,
Caça quando deves,
Descansa entretanto..

Partilha os teus afectos,
Exprime os teus sentimentos,
Deixa a tua marca.

In Parapeito


Nos tempos que correm em que há tanta intolerância para com os nossos semelhantes e tanta dificuldade em partilhar afectos e sabedoria, olhemos para a ancestral sabedoria dos animais!

sábado, 12 de novembro de 2011


"...Ao olhar para trás Joan reexamina dolorosamente as suas atitudes, relações e acções e fica cada vez mais apreensiva com a pessoa que lhe é revelada..."

in Ausente na Primavera, Agatha Christie

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Queria umas botas assim!



Aqui está um modelo perfeito de botas castanhas em pele da Lanidor. Além de serem bonitas têm duas características que as tornam indispensáveis: conforto e qualidade.


Para mim apresentam outra vantagem : é um modelo que pode ser usado não só no dia a dia, como também numa saída mais sofisticada.

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Tanto mar !


" Quando morrer voltarei para buscar todos os instantes que não vivi junto ao mar. "

Sofia de Mello Breyner

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Esta Noite, Outra Noite

Há saídas em que o inesperado acontece. Um convite de amigos para uma sessão de "Contos de Humor Negro" acompanhada de guitarra eléctrica, no Bar A Barraca (onde se situa o teatro com o mesmo nome) foi uma oportunidade de rever amigos "contadores de Histórias", que já apresentam em palco o seu próprio espectáculo.
Como cheguei cedo, tive também oportunidade de observar o ambiente descontraído de ameno convívio entre grupos. Na mesa, onde me sentei, reparei num folheto intitulado "Poesia pra Levar"e inesperadamente fiquei agarrada à leitura de um poema. Reparei depois que cada mesa tinha o seu folheto de " Poesia pra Levar" com um poema diferente!
Eis aqui uma fórmula simples de divulgar a poesia e onde até podemos levar um poema para casa!
O poema que trouxe é o seguinte:

Esta Noite, Outra Noite

Esta Noite, outra noite,
esta manhã que nasce pelas frinchas
da janela entreaberta,
por planaltos e vales caprichosos,
lagos azuis, ravinas, e pinhais,
irei de vez em quando perguntando onde existes? onde estás?
Talvez te enroles no lençol, ou seja tua esta voz que canta em língua estranha,
ou por galáxias amplas de aventura
noutro quarto quebrado me procures
para existires em mim uma vez mais.
Que medo tenho de ir perdendo a sorte
em armários de gente contrafeita,
e ser, quando voltares, imunda fera
morta, sem dentes, numa esquina ou poço,
o último exemplar da sua espécie;
eu que seria jovem para sempre
em cada pensamento, em cada gesto,
em cada rima obscura o teu verso.

António Franco Alexandre

in Uma Fábula, Assírio & Alvim


sábado, 5 de novembro de 2011

Passeio por entre as nuvens

Hoje o dia acordou nublado. O sol escondia-se por entre as nuvens . Mas houve passeio e descobertas interessantes, como a casa onde viveu o escritor Aquilino Ribeiro, no belo centro histórico de Oeiras.



A segunda descoberta interessante do dia foi o restaurante situado em Sto. Amaro onde se come muito bem, os sabores da cozinha tradicional portuguesa que eu aprecio. Almocei em família o melhor prato de "Carne de porco à alentejana"... seguido de sobremesa simples mas saborosa: "requeijão com doce de abóbora".O restaurante fica perto duma bela área verde envolvente onde se pode dar um passeio "bucólico" e até com vista para o mar, pois está pertíssimo da praia de Oeiras!
Este " Passeio por entre Nuvens" caracterizado por uma chuva miúdinha que por vezes parava, deixando então o sol espreitar, foi um agradável convívio familiar e um bom começo de fim-de-semana!

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sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Nostalgia


Hoje mais um dia chuvoso e eficaz para uma sessão "Nostalgia". Os meus pensamentos saltam de galho em galho, vá lá por vezes, acabam por se fixar num deles e ficam por lá a baloiçar, como as abelhas à volta do mel!
Quisera que este baloiçar fosse tão relaxante como o baloiçar da minha infância. Sempre gostei de "andar de baloiço" e quanto mais alto me elevava, mais entusiasmada ficava, apesar da respiração entrecortada ! Oh! Como era bom sentir asas nos pés e com eles tocar o céu: um vasto horizonte aberto à minha frente e que os meus pés almejavam chegar, tal era a sensação de voo directo para esse horizonte.
A alegria escancarada do meu sorriso de criança prendia-se naquele momento! Nenhum outro pensamento se intrometia nessa brincadeira que controlava na perfeição e igualmente no movimento de desaceleração e regresso dos pés à terra.

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Um dia de chuva

O dia acordou com uma luz matinal pálida, tremeluzente como se antecipasse já a necessidade de se esconder face à força de outros elementos: o vento e a chuva. E não tardou que o dia encurtasse de repente e sobre a réstia de luz matinal, estendesse um manto cinzento e bem molhado sobre todas as coisas. Para quem pode, é bom estar em casa num dia assim, ter um cantinho só seu, o seu "tugúrio" bem confortável com um bom livro e boa música por companhia, isto claro se for possível parar o frenesim diário dos dias. Também pode ser agradável usufruir bons momentos , em boa companhia, num simples café ou casa de chá que por vezes se revelam locais inspiradores não só para pôr a conversa em dia, mas a escrita também!

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Rainbow

Nem sempre conseguimos ver um arco-íris assim!